Ela não é companheira. Não te acolhe
nas piores alturas. Não te carrega quando estás em baixo. Apenas pisa e repisa
as dores que tens no corpo e na alma. Reflecte no espelho as olheiras e o
cansaço de uma vida inteira nas costas. Ela não sorri, ela não acompanha. É a
dor de uma noite mal dormida. É a ferida aberta que nunca mais há-de curar. E é
esguia. Joga às escondidas e ganha sempre. Sabe jogar a maldita!
E nisto, não sei se sabes, ela
tem amigos aliados dessa doença profunda. E esses amigos são ainda piores que
ela. Esses tais amigos são contagiosos, perigosos e são aqueles que tu
chamas de Amigos. A amizade é perigosa pois “diz-me com quem andas, e eu
dir-te-ei quem és.”
A infelicidade disto tudo é a
incapacidade que tu tens de não saber controlá-la. Mas até certo ponto
compreendo-te. Ela, e os seus amigos, sussurram-te ao ouvido as coisas belas da
Vida. O triste é que tu nesse momento não te lembres que o caminho que vais
percorrer termina num vale escuro e sombrio, onde o sol só surge quando o amor
que tens guardado dentro de Ti, aquece-te o coração.
Nenhum comentário:
Postar um comentário