terça-feira, 31 de julho de 2012

Sou uma céptica que crê em tudo, uma desiludida cheia de ilusões, uma revoltada que aceita, sorridente, todo o mal da vida,
e uma indiferente a transbordar de ternura.

Florbela Espanca

quarta-feira, 25 de julho de 2012

terça-feira, 24 de julho de 2012

Não é que ser possível ser feliz acabe,
quando se aprende a sê-lo com bem pouco.
Ou que não mais saibamos repetir o gesto
... que mais prazer nos dá, ou que daria
a outrem um prazer irresistível. Não:
o tempo nos afina e nos apura:
faríamos o gesto com infinda ciência.
Não é que passem as pessoas, quando
o nosso pouco é feito da passagem delas.
Nem é também que ao jovem seja dado
o que a mais velhos se recusa. Não.
É que os lugares acabam. Ou ainda antes
de serem destruídos, as pessoas somem,
e não mais voltam onde parecia
que elas ou outras voltariam sempre
por toda a eternidade. Mas não voltam,
desviadas por razões ou por razão nenhuma.
É que as maneiras, modos, circunstâncias
mudam. Desertas ficam praias que brilhavam
não de água ou sol mas solta juventude.
As ruas rasgam casas onde leitos
já frios e lavados não rangiam mais.
E portas encostadas só se abrem sobre
a treva que nenhuma sombra aquece.
O modo como tínhamos ou víamos,
em que com tempo o gesto sempre o mesmo
faríamos com ciência refinada e sábia
(o mesmo gesto que seria útil,
se o modo e a circunstância persistissem),
tornou-se sem sentido e sem lugar.
Os outros passam, tocam-se, separam-se,
exactamente como dantes. Mas
aonde e como? Aonde e como? Quando?
Em que praias, que ruas, casas, e quais leitos,
a que horas do dia ou da noite, não sei.
Apenas sei que as circunstâncias mudam
e que os lugares acabam. E que a gente
não volta ou não repete, e sem razão, o que
só por acaso era a razão dos outros.
Se do que vi ou tive uma saudade sinto,
feita de raiva e do vazio gélido,
não é saudade, não. Mas muito apenas
o horror de não saber como se sabe agora
o mesmo que aprendi. E a solidão
de tudo ser igual doutra maneira.
E o medo de que a vida seja isto:
um hábito quebrado que se não reata,
senão noutros lugares que não conheço.

Jorge de Sena

domingo, 22 de julho de 2012

Sou companhia, mas posso ser solidão. Tranquilidade e inconstância. Pedra e coração. Sou abraços, sorrisos, ânimo, bom humor, sarcasmo, preguiça e sono! Música alta e silêncio. Serei o que tu quiseres, mas só quando eu quiser. Não me limito, não sou cruel comigo! Serei sempre apego pelo que vale a pena e desapego pelo que não quer valer.
Suponho que entender-me não é uma questão de inteligência mas sim de sentir, de entrar em contacto... Ou toca, ou não toca.

Clarice Lispector

sexta-feira, 20 de julho de 2012

A saudade, que só se tem em ausência, é ainda assim um saco que nunca se esvazia, mesmo quando estamos juntos todos os dias, porque são dias contados. Nunca poderei devolver a quem amo os dias que lhes retirei. Posso só tentar que os que partilhamos sejam grandes. Posso só ser mais amor, tentar ser menos falha, e pedir com a humildade da minha pequenez que a vida me permita dar-lhes muito mais. 

Sónia Balacó

quarta-feira, 18 de julho de 2012

I learned that courage was not the absence of fear, but the triumph over it. The brave man is not who doesn't feel afraid, but who conquers that fear.

Nelson Mandela

terça-feira, 17 de julho de 2012

siso 

s. m.
1. Juízo; tino; prudência; bom senso; circunspecção.
2. [Portugal: Regionalismo]  Rodela de cortiça que alarga o canal da roca.
de sisosensatamente.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Basta do que estamos a viver aqui! Não aguentamos mais! Os poderosos pisam-nos e não fazemos nada porque dizem ser Chefes. Mataram uma criança que não fez mal a ninguém. Sofremos roubos e ameaças e não temos quem nos defenda. Pedimos socorro!


residente de Changalane

sexta-feira, 13 de julho de 2012

quinta-feira, 12 de julho de 2012

segunda-feira, 9 de julho de 2012

The reality is that pain is there to tell us something.

Grey's Antomy

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Porque metade de mim é o que eu grito mas a outra metade é silêncio. Porque metade de mim é partida mas a outra metade é saudade. Porque metade de mim é o que eu oiço mas a outra metade é o que calo. Porque metade de mim é a lembrança do que fui, a outra metade eu não sei. Porque metade de mim é abrigo mas a outra metade é cansaço. Porque metade de mim é amor e a outra metade também.

quinta-feira, 5 de julho de 2012


Apesar de tudo, das dificuldades, dos obstáculos e da tua própria resistência, fizeste o que devia ser feito. Apesar da tristeza. Sobretudo, apesar da tristeza. Fizeste o que tinhas de fazer para voltar à tua frequência original, para voltar ao teu elemento, para voltar a ti. Porque uma pessoa que não está na sua frequência, que não está no seu elemento, está descentrada, não se foca no seu centro energético e humanamente pára de viver. Porque a vida é uma aventura, mas só para quem consegue viver dentro de si próprio. Até pode ir aos outros, até pode sair de si e voltar. Tem que gostar do que encontra. Porque se não gostar, não quererá ficar aí. E quem não quer ficar, foge. E foge para fora. Para os outros. Para as coisas da matéria.

Não te esqueças de que a matéria é como um filme. Tem luz e cor. Tem som. Tem movimento. Dentro de ti é escuro, não há movimento e não tem cor. Mas é subtil e brilha. E a subtileza e o brilho são a chave do céu. Sempre que focas a tua atenção para fora de ti, e vais atrás do filme da vida, estás a ir atrás do movimento, da luz e do som, desces à frequência da matéria – que, como nos filmes, é pura ilusão. Cá em cima é que está a verdade. Dentro de ti é que está a verdade. Nesta dimensão, aparentemente escura e pesada, está a chave da tua felicidade. E quando mais tempo passares nela, melhor vais percebê-la e mais valor darás ao brilho e à subtileza. Sabes que a matéria é tudo menos subtil. E daqui a um tempo, quando aprenderes a respeitar essa tua dimensão interior, quando aprenderes a voltar, vais poder começar a ir. Para já, fica. Fica em ti. Escolhe-te a ti em detrimento de tudo o resto. Fica.

Fica. E um dia, à força de tanto te conheceres, de tanto te sentires, vais saber que não há absolutamente mais nenhum lugar para ir.

Alexandre Solnado

quarta-feira, 4 de julho de 2012

with all the toys in the world, people choose feelings to play with.
Why?

terça-feira, 3 de julho de 2012

A pensar que ninguém ama como quer, mas como pode - como li algures: “Mesmo que não te amem como tu queres, não quer dizer que não te amem com tudo o que têm.” Eu que acredito que existam várias definições para o verbo “amar”. No entanto, acredito que, todas elas partilham o mesmo núcleo. Para mim, “amar” é tão simples como isto: é dar a mão a alguém e nunca a largar. É desfrutar cada momento com essa pessoa, na saúde e na doença. É ser feliz no meio de cada imperfeição, porque convenhamos: o mundo não é um sítio perfeito. Para mim, amamos de mãos dadas.

PedRodrigues

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Seja apenas você no auge da sua emoção e carência, exactamente aquele que a vida impede de ser. Cante desafinado todas as manhãs. Fale besteiras, mas crie sempre. Gagueje flores. Sinta o coração bater como no tempo do Natal infantil. Reviva os carinhos que instruiu em criança.
Sem medo de dizer, eu quero, eu gosto, eu estou com vontade. 

Artur da Távola

domingo, 1 de julho de 2012

Obrigada Pai, por me ligares quando eu mais preciso. Há uma certa preciosidade na conectividade que nos liga. Eu tomo conta de mim, eu prometo.