terça-feira, 30 de abril de 2013

#72
 
Não há nada de nobre em sermos superiores ao próximo. A verdadeira nobreza consiste em sermos superiores ao que éramos antes.
 
Provérbio Hindu

segunda-feira, 29 de abril de 2013

#71

Quando a simples posse de um diploma se torna uma vantagem económica, as pessoas passam a procurar adquiri-lo não por um desejo pelo conhecimento que ele representa, mas pela necessidade de cumprir uma exigência burocrática.

Lucas Mafaldo n' O País

sexta-feira, 26 de abril de 2013

#68

Homem é igual à menstruação: quando vem, incomoda, quando atrasa, preocupa.

autor desconhecido

quinta-feira, 25 de abril de 2013

#67

Tu vieste em flor
Eu te desfolhei
Tu te deste em amor
Eu nada te dei
Em teu corpo, amor
Eu adormeci
Morri nele
E ao morrer
Renasci

Paulo de Carvalho
E depois do Adeus

segunda-feira, 22 de abril de 2013

#64

Fechar os olhos do corpo não decide os nossos destinos.

André Luiz
Nosso Lar

domingo, 21 de abril de 2013

#63

Mesmo quando tudo parece desabar, cabe a mim decidir entre rir ou chorar, ir ou ficar, desistir ou lutar; porque descobri, que no caminho incerto da vida, que o mais importante é o decidir.

Cora Coralina

sábado, 20 de abril de 2013

#62

Uma mente nobre tem vergonha de não se arrepender.

Alexander Pope

sexta-feira, 19 de abril de 2013

quarta-feira, 17 de abril de 2013

#59

Fechei os olhos e pedi um favor ao vento: Leve tudo o que for desnecessário. Ando cansada de bagagens pesadas...
Daqui para frente apenas o que couber no bolsa e no coração.
 
Cora Coralina

segunda-feira, 15 de abril de 2013

#57

Lembro-te: alguém no amor precisa de estar nu para mostrar ao outro que está demasiado vestido.

Eduardo White
Dos limões amarelos do falo às laranjas vermelhas da vulva

domingo, 14 de abril de 2013

#56

Alice vive perdida dentro de si algures no interior de Portugal. Numa casa de pedra, deixou de contar os anos que fazia quando, aos 81, uma amiga de infância de uma aldeia vizinha, trazida pelo filho, a visitou, pela data do seu aniversário, 15 de Agosto. Riram, choraram e beberam limonada. Não voltou a vê-la. Aliás, gente é bicho que pouco vê. Na estrada de pedras soltas que chocalham em dias de muita chuva e que passa junto à sua porta, passam-se dias sem ver vivalma. Turistas perdidos confirmam a regra da solidão. Não os entende e gesticula, sorrindo, apontando a estrada da serra. Vê-os partir mas gostava que ficassem um pouco.

Por companhia tem o crepitar da lareira e um gato cinzento com quem desabafa e a quem chama Menino. A televisão, a única ligação ao mundo dos outros, deixou de funcionar. Disse-lhe, um dos pouco vizinhos que ainda pergunta por ela e que lhe faz alguns recados na vila próxima, que seria preciso comprar uma caixa para voltar a dar vida ao aparelho. "Modernices de quem quer tirar tudo à gente" - disse ele, na altura. Prometeu trazer-lhe uma. Nunca o fez. Alice também não ousou pedir, não quis dar mais trabalho.

Da janela vê a serra que a viu nascer. É linda. Ali, onde ficava uma torre de vigia de madeira alinham-se agora enormes cata-ventos que, dizem, são a energia do futuro. Tudo o que lhe vai faltando: energia e futuro. Passa muitas horas a ver girar as enormes pás que, ao sol e à chuva, marcam o tempo e a transportam para memórias felizes. Tem saudades do Joaquim. O marido, como tantos outros naquela época, caiu fulminado pela silicose que varria a mina ali perto, onde este trabalhava dias seguidos sem protecção adequada. Sofreu muito antes de morrer. Ela continua a sofrer. Do único filho, José, e da neta, Cristina, não tem notícias há quase seis anos. Talvez ainda esteja em França. Gostava de os rever, nem que fosse uma última vez. Acende uma vela e reza, todos os dias, para que o Zé e a Tininha estejam bem.

Alice é um dos retratos do país que somos. Vive perdida numa aldeia no sopé da serra, mas podia viver numa das avenidas movimentadas da capital. Vive aprisionada dentro de si mesma. Não pede muito porque não pode e porque não quer ter o silêncio por resposta. Afinal, com o silêncio vive ela todos os dias. É a única companhia que tem por certa, até morrer.

Tiago Mesquita

sábado, 13 de abril de 2013

#55

pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiose

...só porque sim.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

#54

Hi, my name is distance.
And my going to destroy your soul.

anonymus

quinta-feira, 11 de abril de 2013

quarta-feira, 10 de abril de 2013

#52

O que tem de ser, tem muita força. Ninguém precisa se assustar com a distância, os afastamentos que acontecem. Tudo volta! E voltam mais bonitas, mais maduras, voltam quando tem de voltar, voltam quando é pra ser. Acontece que entre o ainda-não-é-hora e nossa-hora-chegou, muita gente se perde. Não se perca, viu?
 
Fernando Caio Abreu

terça-feira, 9 de abril de 2013

#51

O Presidente Guebuza tem de perceber que as causas da frustração dos homens da Remano, ao ponto de fazer refém o seu líder, Afonso Dhlajama, são as mesmas que frustram a maioria dos moçambicanos: a exclusão social, política, os aumentos do custo de vida num contexto em que a elite política está cada vez mais a enriquecer e, acima de tudo, a marginalização dos membros da oposição.
Guebuza diz que "o povo não deve viver assustado". Ora, este povo já vive assustado desde que descobriu que a sua intenção nunca foi de colocar este país ao mesmo ritmo com que se combatia a pobreza, antes de 2005, mas de empobrecer mais a população e enriquecer mais a elite partidária. Mais, desde que descobriu que os nossos governantes não "têm medo de enriquecer", porque a "pobreza não é uma dádiva divina".
 
Lázaro Mabunda, in O País

terça-feira, 2 de abril de 2013

#44
 
... Por mais que por mim me embrenhe, todos os atalhos do meu sonho vão dar a clareiras de angústia.
Mesmo eu, o que sonha tanto, tenho intervalos em que o sonho me foge. Então as coisas aparecem-me nítidas. Esvai-se a névoa de que me cerco. E todas as arestas visíveis ferem a carne da minha alma. Todas as durezas olhadas me magoam o conhecê-las durezas. Todos os pesos visíveis de objetos me pesam por a alma dentro.
A minha vida é como se me batessem com ela.

Livro do Desassossego
Fernando Pessoa

segunda-feira, 1 de abril de 2013

#43 

Este dia só faria sentido, se nos restantes 364 assinalássemos a verdade.

João Patrício