domingo, 30 de setembro de 2012

Se não for hoje, um dia será. Algumas coisas, por mais impossíveis e malucas que pareçam, a gente sabe, bem no fundo, que foram feitas para um dia dar certo.

Caio Fernando de Abreu

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

acho que o erro não está na abertura que concedes aos que te rodeiam.
A meu ver, o erro está no diâmetro da abertura e quais os cm's que dás a cada pessoa.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Desde pequeninos fomos ensinados a saber amar mas não fomos ensinados a saber parar.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

(...) um milhão vezes zero é zero. Por isso, não coloques a tua intensidade onde não existe nada.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

É melhor sair do que insistir e tornar-se num verdadeiro incómodo. Não se perde o que não se teve, não se mantém o que não é nosso e não se pode prender quem não quer ficar.

sábado, 15 de setembro de 2012

Dia D, dia da DIGNIDADE! 15 Setembro!
Que cesse o medo, que sopre o vento!

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Elephants are emotional animals needing affection and they often entwine trunks as a loving gesture. 

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Se há expressão portuguesa que me intriga é: "ando a comer uma gaja". É muito usada pelos homens portugueses, mas causa-me perplexidade pois dá-me sempre a sensação que a gaja que eles andam a comer é uma espécie de natureza morta, uma espécie de bife que se come ao almoço, ou perna de presunto a quem se vai cortando uma fatia quando dá vontade. É como se a mulher - a gaja - não tivesse vida, fosse um ser passivo, um animal morto que se limitasse a ser comido sem mexer sequer uma pálpebra. Quando um homem diz "ando a comer aquela gaja", é claro que isso é dito com orgulho, soa a vitória épica, mas a expressão coloca toda a movimentação sexual na parte do homem, é ele o activo e ela não passa do elemento passivo. É como se ele andasse a comer uma morta, e não um ser vivo, com capacidade para várias coisas, para ser comido mas obviamente também para comer. Quando um homem "come uma gaja" ele está também e ao mesmo tempo "a ser comido por ela", a refeição é mútua e não unilateral. Não faz qualquer sentido tratar as mulheres que se acabou de comer como inertes e frios camarões a quem se chupou a cabeça, ou pastéis de nata cobertos de canela que se enfiaram pela goela abaixo. É certo que há algo de animalesco no sexo, mas caramba neste caso os animais estão vivos e para grande felicidade e sorte nossa, também nos comem de volta! Em certos casos, a mulher pode tratar-se de uma coelhinha, muito dada ao sexo, ou de uma cabrita que dá pinotes. Noutros poderá tratar-se de uma loba que urra, de uma vaca que nos trata mal, ou de uma porca que faz de tudo com um sorriso nos lábios. Mas está sempre viva e não morta. Portanto, os homens devem rapidamente substituir a expressão "ando a comer uma gaja" pela expressão "aquela gaja e eu andamo-nos a comer que nem uns desalmados". É mais preciso, e também mais cavalheiresco.  

em O diário de Domingos Amaral

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Não irei fazer de conta que estou revoltado com este país. Também não irei fazer de conta que estou surpreso com o que tem vindo e está a acontecer. E não irei, se quer, fazer de conta que tenho algum tipo de energia ou emoção disponíveis para com os comentários que se poderão tecer sobre o assunto.

É este o problema. Não é que já estejamos habituados, é que já estamos à espera que a coisa vá sempre dar a pior. E como não nos surpreendemos, não nos revoltamos. É simples na verdade: a vantagem de ter um povo pessimista e deprimido é que gasta todo o seu tempo a preparar-se para o pior. O que vier depois é só a confirmação do seu pessimismo e assim não há espaço para desilusões. Trata-se de um mecanismo de defesa que usamos colectivamente e que neste caso nos está a levar de mal a pior.

E é por isso que não nos espera uma revolução pela frente. Estamos todos à agarrar-nos ao mastro do barco e ver onde nos leva enquanto esperamos o fim da tempestade. Não há quem pegue na porra do leme do navio porque enquanto for só a tempestade a levar-nos contra as rochas então aí a culpa não é de ninguém. E nesta terra ninguém gosta de dar a cara, mesmo que em alto-mar.

O Mundo Hipotético dos Ses

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

‎...A arte e o engenho de produzir futuro, o permanente relançamento do entusiasmo e da esperança. Não olhemos sistematicamente para o retrovisor, recordando melancolicamente o que não foi mas poderia ter sido, mas para a linha do horizonte em que se desenha o que ainda não foi mas será - se para tanto tivermos fé, vontade e coragem.

António Coimbra de Matos

sábado, 8 de setembro de 2012

O país não precisa de quem diga o que está errado:
precisa de quem saiba o que está certo.

Agustina Bessa-Luís

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Sou o que se chama de pessoa impulsiva. Como descrever? Acho que assim: vem-me uma ideia ou um sentimento e eu, em vez de reflectir sobre o que me veio, ajo quase que imediatamente. O resultado tem sido meio a meio: às vezes acontece que agi sob uma intuição dessas que não falham, às vezes erro completamente, o que prova que não se tratava de intuição, mas de simples infantilidade.
Trata-se de saber se devo prosseguir os meus impulsos. E até que ponto posso controlá-los. [...] Deverei continuar a acertar e a errar, aceitando os resultados resignadamente? Ou devo lutar e tornar-me uma pessoa mais adulta? E também tenho medo de tornar-me adulta demais: eu perderia um dos prazeres do que é um jogo infantil, do que tantas vezes é uma alegria pura. Vou pensar no assunto. E certamente o resultado ainda virá sob a forma de um impulso. Não sou madura bastante ainda. Ou nunca serei.

Clarice Lispector

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Experience: that most brutal of teachers. But you learn, my God do you learn.

C. S. Lewis

terça-feira, 4 de setembro de 2012

(..) a democracia é o conjunto das condições institucionais que dão melhor oportunidade ao individuo de ser um sujeito.

Alain Touraine