domingo, 29 de janeiro de 2012

A pessoa certa não é a mais inteligente, a que nos escreve as mais belas cartas de amor, a que nos jura a maior paixão ou nos diz que nunca se sentiu assim. Nem a que se muda para a nossa casa ao fim de três semanas e planeia viagens idílicas ao outro lado do mundo. A pessoa certa é aquela que quer mesmo ficar connosco. Tão simples quanto isto. Às vezes, demasiado simples para as pessoas perceberem. O que transforma um homem vulgar no nosso príncipe é ele querer ser o homem da nossa vida.

Os verdadeiros príncipes encantados não têm pressa na conquista, porque já escolheram com quem querem passar o resto da vida, têm todo o tempo do mundo; levam-nos a comer um prego no prato porque sabem que, no futuro, nos vão levar à Tour d'Argent; ouvem-nos com atenção e carinho porque se querem habituar à música da nossa voz, e entram-nos no coração bem devagar, respeitando o silêncio das cicatrizes que só o tempo pode apagar. Podem parecer menos empenhados ou sinceros do que os antecessores, mas aquilo a que chamamos hesitação ou timidez talvez seja apenas uma forma de precaução. Eles querem ter a certeza de que não se vão enganar.

O príncipe encantado não é o namorado mais romântico do mundo que nos cobre de beijos; é o homem que nos puxa o lençol para os ombros a meio da noite para não nos constiparmos ou se levanta às três da manhã para nos fazer um chá de limão quando estamos com dores de garganta. Não é o que nos compra discos românticos e nos trauteia canções no voice mail, é o que nos ouve falar de tudo, mesmo das coisas menos agradáveis. Não é o que diz "amo-te", mas o que sente que talvez possa nos amar para sempre. O príncipe que sabe o que quer (…) partilha a vida e vê em cada dia uma forma de se dar aos que lhe são próximos. Que quando está cansado, fica em silêncio, mas nunca deixa de nos envolver com um sorriso.
 
 
M.R.P.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

E os grandes proprietários, que têm de perder as suas terras na primeira transformação, os grandes proprietários que estudam a História, que têm olhos para ler a História, deviam conhecer este grande facto: a propriedade, quando acumulada em muito poucas mãos, há-de vir a ser espoliada. E também este outro facto paralelo: quando uma maioria passa frio e fome, tomará à força aquilo que necessita. E também o facto gritante, que ecoa por toda a História: a repressão só conduz ao fortalecimento e união de todos os oprimidos. Os poderosos proprietários ignoram os três gritos da História.

John Steinbeck

sábado, 21 de janeiro de 2012

Tomas pensava consigo próprio que ir para a cama com uma mulher e dormir com ela são duas paixões não só diferentes como quase contraditórias. O amor não se manifesta através do desejo de fazer amor (desejo que se aplica a um número incontável de mulheres), mas através do desejo de partilhar o sono (desejo que só se sente por uma única mulher).

Milan Kundera, A Insustentável Leveza do Ser

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Sem querer parecer maxista, e sendo eu uma mulher que acha graça às comparações existentes entre as características do sexo feminino e outros conteúdos, segue a seguinte frase, com o seu Q de piada.

Women are like cell phones.
They love to be held, talked to, and handled with care.
But if you hit the wrong button, they'll disconnect you in a heartbeat!

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

algo que, atrevo a dizer, não acontece há anos. Um pijama e uma contagem de 35 horas.

domingo, 15 de janeiro de 2012

Não existe testemunha tão terrível, nem acusador tão implacável,
quanto a consciência que mora no coração de cada homem.

Políbio

domingo, 8 de janeiro de 2012

Estranha criatura o homem. Não pede para nascer; não sabe viver e não quer morrer.

Albert Einstein

domingo, 1 de janeiro de 2012

Eu adoro todas as coisas E o meu coração é um albergue aberto toda a noite. Tenho pela vida um interesse avido Que busca compreendê-la sentindo-a muito.
Amo tudo, animo tudo, empresto humanidade a tudo, Aos homens e às pedras, às almas e às maquinas, Para aumentar com isso a minha personalidade. 
Pertenço a tudo para pertencer cada vez mais a mim proprio E a minha ambição era trazer o universo ao colo Como uma criança a quem a ama beija.
Eu amo todas as coisas, umas mais do que as outras, Nao nenhuma mais do que outra, mas sempre mais as que estou vendo Do que as que vi ou verei. Nada para mim é tao belo como o movimento e as sensações. A vida é uma grande feira e tudo sao barracas e saltimbancos. Penso nisto, enterneço-me mas nao sossego nunca.

Álvaro de Campos . Acordar